quarta-feira, 21 de maio de 2008

Incógnito

Estive a pensar... e desse processo saiu esta proza. lol
Hoje, penso na probabilidade do meu amanhã. Não o amanhã que sucede a aurora. Talvez nem mesmo, aquele amanhã, repleto de sonhos ou de conquistas profissionais. Somente aquele, que me definirá, que dirá quem sou e o que quero. O momento em que descobrirei o porquê das escolhas realizadas, o caminhar efectuado, a cultura seguida, valores preconizados, aventuras vivenciadas. O dia possível de se fazer uma retrospectiva face às pegadas deixadas para trás, marcadas para sempre na areia. Poderemos ver também, que outros pés nos acompanharam, os seus verdadeiros porquês e duração da partilha.
Acredito que é este amanhã, que, despertando em nós a ânsia da sua revelação, mobiliza tantas pessoas, a outras tantas que lhe prometem revelar-lho precocemente. Como o ser humano é fascinantemente curioso e maravilhado com o que não pode atingir sem passar pelas devidas étapas.
Mas não desiste de tentar. Qual criança sonha ser adulta, e por isso faz de tudo para o conseguir. Imita-o laboralmente, familiarmente, consegue por vezes, sem que os pais se dêm conta, furtar por algumas horas as roupas e maquilhagem para sentir as sensações que lhe são transmitidas. Poucas são as vezes em que a criança não se desilude com o que sente; despe a roupa e vai fazer aquilo que lhe fomenta realização e satisfação:ser apenas criança! Livre, ausente da problemática social, sem responsabilidades e com carta branca para brincar ao "faz de conta", podendo ser tudo e todos, até se fartar e mudar de personagem.
Tal como a criança, quando é-lhes revelado aos homens o seu futuro, as sensações imaginadas são altas espectativas nunca alcançadas. A precoce revelação do "amanhã" tão especial, vai desvalorizar, quase que ridiculariza, todos os sentimentos envolvidos. A desilusão face ao futuro profissional, anteriormente idealizado promissor e brilhante, vai levar à perda do brilho do sorriso de uma pessoa especial. O deslumbramento do nascer de um filho, será apagado se esse "amanhã" for quando já fores velho e te encontrares só em tua casa.
Porque o objectivo, a meu ver, não é descobrir o futuro que nos aguarda e no final fazer a soma de tudo o que conseguimos arrecadar ao longo dos anos, e por isso somos conhecidos. O objectivo será, não ser conhecido mas reconhecido. Não pelo que tens, mas pelo que és. Se assim for, a operação matemática não poder-se-á realizar, apenas se contabiliza a auto-construção.
A auto-construção interior, porque a exterior, apesar dos muitos esforços estéticos, o tempo e a mãe Natureza se encarregam dela. Há que ter atenção especial nas bases da tua construção. Sólidas e bem estruturadas, aguentam as adversidades do típico ciclo vital humano. Mas se te contentares com uma e outra, meramente porque delas necessitas para iniciar a construção, mais cedo ou mais tarde elas irão ceder ao peso que se faz sentir. Não culpes os outros pelas fracas bases que tens. É uma escolha tua, só tua! Se não queres aceitar essa responsabilidade agora, tudo bem, podes sempre substituí-las mais tarde, quando estiveres preparado. Lembra-te que com a mudança, peças podem cair. Não desistas pela queda, luta pela construção!

Pork ñ me contento com respostas rápidas tive k pensar por mim mesma... =)

1 comentário:

Anónimo disse...

Só, e mesmo você... lindo. Parabens