sexta-feira, 28 de agosto de 2009

Pe. Ivo =')

Hoje parte para a sua "Terra Prometida".
O Pe. Ivo esteve comigo na minha missão de há dois anos, SEC - Semana de Encontro Com...
O seu testemunho de amor quebrou todas as barreiras ( até mesmo a do cancro! )
O seu ser pacífico, calmo, de olhar apaixonado pela vida,aprofundou o nosso olhar, para dentro, para o Alto e para o Outro.
Agradeço por tudo quanto me transmitiu.
Com uma saudade alegre o recordarei para sempre =)

Obrigada!

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Agulha e Linha


Quando tudo parece fugir ao nosso controlo, quando os sintomas são intensos, quando a vida perece ter perdido a razão de o ser, queremos desistir.
-Não vale a pena!
-Estou a morrer aos bocados.
-Matam-me aos bocadinhos.
-Deixa-me!
-... (silêncio da dor)

Tudo parece não ter sentido.

Viver para quê?


Dói-me profundamente sempre que partilho com ela estes momentos. Sempre que vejo os seus olhos ficarem vidrados, húmidos, tristes, sem brilho pela vida.
Tento animá-la. Dar-lhe motivos pelos quais pode agradecer por "ainda estar viva", muitas das vezes em vão.
Quão grande será o vazio dentro de si. Não consigo imaginar essa dimensão, esse sentimento.
Costumo dizer-lhe: "Não vamos desistir. Não, enquanto tivermos agulha e linha para coser o que vai rasgando."
Ela ri e deve pensar como o meu código genético é confuso para ter nascido assim :) Pelo menos consigo fazê-la rir, mesmo quando está de cama sem querer saber sobre o que gira fora da sua cabeça ela dá um sorriso às minhas figuras de palhaço (figuras que poucos viram até então, mas que valem o esforço pela expressão mista de alegria e tristeza).

Por favor não desistas!
Fá-lo, quando mais não seja, por mim.

"-Livra-te de não ires ao meu casamento."

Continuemos a coser.
Coser onde descose, onde está roto, onde rasgou, onde se cortou.
A cor da linha não importa. Se necessário coloca-se um botão... ou dois... ou um remendo dos feios (que importa?).

Passamos momentos da nossa vida em que o fazemos sem dar conta. Sem dar importância se temos o dedal no dedo certo, se o ponto é feito com perícia ou aparenta ser de um aprendiz.
Porém, quando a agulha perfura a pele e se forma um ponto vermelho no local, percebemos que nos picamos, e, ... que dói!

Pensando bem: não passamos nós de meras bonecas de trapos?